ARQUITETURA, TECNOLOGIA E SUBJETIVIDADE: ANÁLISE DO FILME MON ONCLE DE JACQUES TATI
Resumo
Este artigo apresenta uma análise de conteúdo do filme francês Mon Oncle (1958) de Jacques Tati. A obra retrata as dicotomias entre Monsieur Hulot e sua família – os Arpel – e as mudanças da cidade tradicional francesa ocasionadas pelas grandes transformações da Europa após a Segunda Guerra Mundial. A trama tem como plano de fundo uma sátira cômica às formas de morar, à urbanidade e ao comportamento humano, abordando questões contemporâneas à época. Para a construção de uma análise que tornasse visível esses enfoques, foram averiguadas as relações com Arquitetura, tecnologia e subjetividade, segundo trechos específicos dessa obra. O agrupamento de cenas permitiu identificar a percepção de Tati sobre o movimento moderno que distanciava a França, naquele momento, das referências historicistas. Com essa compreensão foi possível avaliar a relação direta do ambiente construído com os aparatos tecnológicos empregados na residência apresentada no filme – a Villa Arpel – e o quanto essa união foi nociva para o cotidiano da família de Hulot. A utilização de um programa arquitetônico distante das necessidades dos usuários fez com que a casa fosse palco de muitos conflitos, afastando os moradores e os visitantes de criar um vínculo afetivo com a residência. O presente estudo visa contribuir para o adensamento dos debates sobre as temáticas supracitadas, fazendo a aplicação da literatura específica de processo de projeto em Arquitetura, tecnologia e subjetividade, podendo assim extrair discussões atuais do longa-metragem, mesmo que sua narrativa tenha ocorrido em meados do século XX e propiciando reflexões atuais sobre o ser humano e o espaço construído.
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ISSN: 1679-9844 | |
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