RISCO DE TRANSMISSÃO ZOONÓTICA EM TERAPIAS ASSISTIDAS POR ANIMAIS EM AMBIENTE HOSPITALAR E PROPOSTA DE UM ARCABOUÇO PROTOCOLAR BASEADO EM EVIDÊNCIAS PARA CONTROLE DE ZOONOSES EM PROGRAMAS TERAPÊUTICOS COM CÃES E GATOS

Authors

  • Antonio Neres Norberg
  • Paulo Roberto Blanco Moreira Norberg
  • Vânia Márcia Silva do Carmo
  • Kelen Salaroli Viana
  • Júlio César dos Santos Boechat
  • Marly Torres Rodrigues da Silva
  • Fabiana Pereira Costa Ramos
  • Luisa Thiebaut Andrade do Carmo
  • Renato Mataveli Ferreira Filho
  • João Gabriel Pimentel Curcio

Keywords:

Terapias assistidas por animais, Zoonoses, Mitigação, Protocolo

Abstract

Terapias assistidas por animais em contextos hospitalares têm despertado crescente interesse devido aos seus potenciais benefícios terapêuticos e emocionais para pacientes hospitalizados. A interação entre paciente e animal em terapias assistidas por animais em ambientes hospitalares carece, entretanto, de investigações quanto aos aspectos de biossegurança na possível transmissão de zoonoses. Considerando a conjuntura da necessidade de conciliação dos benefícios da terapia assistida por animais e os potenciais riscos zoonóticos, estudos que auxiliem na tomada de decisões que permitam a implementação desse tipo de programa terapêutico devem ser embasadas em evidências científicas para a garantia da segurança dos pacientes, animais, profissionais de saúde e da minimização da contaminação no ambiente hospitalar. Através de uma revisão sistemática, foram identificadas as espécies de patógenos com potencial zoonótico mais comuns em terapias assistidas por animais. A partir dos resultados, foram propostas diretrizes para um arcabouço protocolar baseado em evidências, com o objetivo de mitigar os riscos de transmissão zoonótica em terapias assistidas por animais no ambiente hospitalar. Foram encontrados na literatura científica atual 21 artigos que investigaram a presença de patógenos com potencial zoonótico entre espécies participantes de terapias assistidas por animais. Os microrganismos mais incidentes e que representam maior risco na interação foram: Staphylococcus spp., Clostridioides difficile, Enterococcus spp., Escherichia coli, Salmonella spp., e Pasteurella multocida. A maior parte desses microrganismos compõe a microbiota intestinal e da pele de cães, gatos e humanos, e o risco mais importante sob a ótica da Saúde Única é a vetoração de cepas nosocomiais por animais, além da colonização dos animais com cepas multidrogarresistentes por pressão ambiental do contato com superfícies contaminadas. As diretrizes do arcabouço protocolar foram estruturadas a partir do único protocolo baseado em evidências disponível na literatura científica atual, na análise crítica da revisão sistemática realizada neste artigo, e nas recomendações alicerçadas no empirismo indutivo que caracterizam os demais protocolos. Os resultados da revisão bibliográfica permitiram a formulação de diretrizes do arcabouço protocolar com base em evidências, possibilitando a conjugação ou criação de recomendações voltadas para a eficiência na mitigação e prevenção de possíveis zoonoses nas terapias assistidas por animais. Salientamos a necessidade de incorporação de medidas preventivas no sentido de mitigar essa possibilidade no arcabouço protocolar proposto em nosso artigo. A atuação da equipe multiprofissional composta por médicos, veterinários, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, administradores hospitalares e profissionais de limpeza é essencial para a implantação e manutenção do protocolo de mitigação de riscos de transmissão zoonótica em terapias assistidas por animais no ambiente hospitalar.

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Published

2024-06-08

How to Cite

Antonio Neres Norberg, Paulo Roberto Blanco Moreira Norberg, Vânia Márcia Silva do Carmo, Kelen Salaroli Viana, Júlio César dos Santos Boechat, Marly Torres Rodrigues da Silva, Fabiana Pereira Costa Ramos, Luisa Thiebaut Andrade do Carmo, Renato Mataveli Ferreira Filho, & João Gabriel Pimentel Curcio. (2024). RISCO DE TRANSMISSÃO ZOONÓTICA EM TERAPIAS ASSISTIDAS POR ANIMAIS EM AMBIENTE HOSPITALAR E PROPOSTA DE UM ARCABOUÇO PROTOCOLAR BASEADO EM EVIDÊNCIAS PARA CONTROLE DE ZOONOSES EM PROGRAMAS TERAPÊUTICOS COM CÃES E GATOS. InterSciencePlace, 19. Retrieved from https://interscienceplace.org/index.php/isp/article/view/715

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