COMUNIDADES TRADICIONAIS DE ARRAIAL DO CABO: PESCA, LENDAS, HISTÓRIAS E CULTURA IMATERIAL
Palabras clave:
narrativa, memória social, comunidades tradicionaisResumen
Este artigo é resultado de pesquisa financiada pelo Projeto de Educação ambiental (PEA) Pescarte que é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento Ambiental Federal, conduzida pelo IBAMA e apoiado pelo Programa de Pesquisa e produtividade da Universidade Estácio de Sá (unesa). Partimos do pressuposto que as narrativas são pessoais, mas, no entanto, acontecem num espaço (ambiente/territoriedade) em momentos específicos da interação social, e este seria um dos motivos para podermos entendê-las como representantes do próprio ethos do grupo no qual o ator social está inserido. Desse modo, ao falar de si, de suas memórias, recortes e lembranças, ou ainda, recontar histórias que trazem representações da própria comunidade, significa que o indivíduo recai na esfera coletiva. É sabido que a narrativa é um discurso e enquanto discurso demonstra sentidos entre os interlocutores. Isso significa dizer que ao usarmos a linguagem como forma de manter nossas relações dialógicas, há mais do que transmissão de informações. Segundo Orlandi (2002, p.15), a linguagem além de transmitir informações com o discurso, forma um complexo processo na constituição de sujeitos sociais e seus sentidos nos quais há identificação de tais sujeitos, há argumentações, subjetivações e construções da realidade social. No conto Pé de Cabra, o narrador retrata a redefinição da vila de pescadores, em Arraial do Cabo, no cenário nacional e as novas realidades que seriam compartilhadas. Tais realidades seriam variações significativas para esta comunidade partindo de um contexto determinado com a implementação da Companhia Nacional da Álcalis e novas oportunidades. Nesse conto, a narrativa discorre, de maneira ímpar, sobre as miudezas dessa comunidade e as alterações vivenciadas por ela com a mudança social dirigida e a instalação da Companhia Nacional de Álcalis.