MEMÓRIA E PERSUASÃO: UM ESTUDO RETÓRICO
Palavras-chave:
Teoria Retórica do Discurso. Memória. Discurso Político Eleitoral.Resumo
Em 2014, Dilma (PT) e Aécio (PSDB) disputaram a presidência no primeiro e segundo turno das eleições. Representantes de partidos que se posicionam em polos ideológicos opostos – esquerda e direita, os candidatos utilizaram das propagandas de horário político eleitoral para expor suas propostas a seu auditório. Em seus discursos, ambos buscavam, portanto, vender um produto: sua própria imagem enquanto candidato ideal. Baseando suas campanhas em assertivas pautadas, basicamente, em projeções do que seriam as necessidades e valores dos eleitores, o discurso criado por cada candidato e sua equipe de marketing buscava justificar a mesma tese: ser a mudança que o país precisava. Justificar, portanto, argumentar. Observamos, ainda, que durante o processo argumentativo dos discursos de campanha, os candidatos fizeram uso de uma mesma estratégia retórica: fatos que se fariam presentes na memória dos eleitores foram trazidos à luz com o fim de persuadir o auditório. Teoricamente, o discurso seria compreendido por três dimensões – política, estética e racionalizadora – pensadas por Dittrich (2008). Dentro dessa categorização, enfatizamos o estudo desta última, que trata dos argumentos (assertivas – justificativas) utilizados para defender a tese. Tais argumentos são divididos em legitimadores, sensibilizadores e técnicos e dizem respeito às antigas provas retóricas aristotélicas – ethos, pathos e logos. Nesse sentido, considerando tais categorias de argumentos, investigamos, dentro dos discursos de primeiro turno que continham a palavra mudança, o efeito persuasivo buscado no uso da memória. A análise alia, portanto, estudos sobre o discurso político eleitoral, bem como marketing político, à Teoria Retórica do Discurso – TRD (DITTRICH, 2008) e aos estudos sobre a Memória (JELIN, 2002; SEIXAS, 2002; HALBWACHS 2004; POLLACK 1992). Os resultados mostraram o caráter político da memória enquanto argumento legitimador e sensibilizador.
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