ANCESTRALIDADE: DIÁLOGOS E ENTRECRUZAMETOS DA COSMOPERCEPÇÃO AFRICANA E A EXPRESSÃO CULTURAL AFRO-BRASILEIRA CAXAMBU
Palavras-chave:
Caxambu, Ancestralidade, Cosmopercepção Africana.Resumo
O artigo que se apresenta, é parte dos estudos fundantes da pesquisa de tese em andamento, a qual aborda a expressão cultural afro-brasileria caxambu, enquanto estratégia de ação decolonial para uma educação antirracista. Neste recorte, busca-se debruçar sobre o rito performático do caxambu e sua dinâmica relação entre os movimentos dos corpos presentes na dança de roda, as batidas dos tambores e a atmosfera envolta da palavra cantada durante o rito, a fim de descortinar os traços de espiritualidade, ancestralidade e filosofia em África presentes no rito. Sob a ótica de tais elementos, presentes na cosmopercepção em África, e a partir de estudos teóricos o artigo mergulha na cosmologia e nos ensinamentos do homem em África, os quais orientam sua relação com o mundo através da força vital e de energias místicas que se despontam na compreensão de um microcosmo corporificado, corpo esse concebido como território de entrecruzamento de elementos físicos e míticos que mostra por inteiro. Um corpo que dança, que agita, que afeta e é afetado, um corpo que é outro. Marcas de uma concepção de mundo presente em África, a qual privilegia outros sentidos para além da visão, na diáspora negra na travessia do Atlântico, foram preservadas e ressignificadas compondo a cultura afro-brasileira e podem ser percebidas e experienciadas na prática do caxambu. Assim, ao abordar a expressão cultural caxambu e sua ancestralidade, a partir do pensamento filosófico em África, o trabalho abre um importante espaço de reflexão crítica sobre a hegemonia do pensamento racional, imposta pelo sistema mundo moderno, o qual relegou ao corpo o estado degenerado da natureza e instituiu à mente, o estado racional de superioridade. Tais reflexões se fazem ferramentas e mecanismos de enfrentamento nos discursos contra o preconceito e o racismo estrutural no Brasil, legitimando o desvelar do corpo e de novos-velhos caminhos e novas-velhas formas de estar e habitar em um mundo antirracista.
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