TRAJETÓRIAS E PROJETOS ENTRE JOVENS FILHOS DE PESCADORES ARTESANAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Resumo

Este artigo é resultado do trabalho da linha de pesquisa 19 “Juventude e Modo de Vida no Contexto PEA Pescarte”, financiada pelo Projeto de Educação Ambiental (PEA) Pescarte Petrobrás, que é uma medida de mitigação exigida pelo Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e que possui abrangência entre os municípios de Arraial do Cabo, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Rio das Ostras, Macaé, Quissamã, Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana. Com isso, essa elaboração da linha de pesquisa 19 busca compreender como os jovens filhos de pescadores artesanais percebem e se relacionam com a pesca artesanal nas comunidades pesqueiras de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios e São João da Barra. Nesse sentido, pesquisas sobre o tema (Diegues, 1983; Duarte, 1999; Vailati, 2014) indicam que os pescadores mais velhos têm adotado um discurso contrário à permanência de seus filhos na pesca, desse modo, a partir de duas trajetórias distintas de jovens filhos de pescadores artesanais, esse trabalho objetiva discutir como os próprios jovens comunicam suas intenções de futuro e articulam suas ações presentes, visando assegurar seus objetivos de vida. Considerando-se o contexto econômico e sociocultural no qual estão inseridos, através destas trajetórias, o artigo busca também discutir a dicotomia permanência/mudança que perpassa a categoria “comunidade tradicional” com a qual estão identificados.