MAQUIAVEL E SHAKESPEARE: A CONSTRUÇÃO DE UM PENSAMENTO POLÍTICO TRÁGICO
Palavras-chave:
Teoria política, Arte política, Maquiavel, Shakespeare, GuerraResumo
Sabe-se que William Shakespeare (1564-1616) foi leitor de Nicolau Maquiavel (1469-1527) e incorporou várias formulações do autor florentino. Nesse sentido, o artigo busca aproximações entre a obra de Shakespeare e o pensamento político de Maquiavel. Tomando como eixo a ideia de política como tragédia, foram selecionados os conceitos de poder, poderio externo, guerra e ação humana como parâmetros teóricos para buscar aproximações e diferenças entre os dois autores. Constatando que Shakespeare encena Maquiavel, o texto também é um exercício para debater o potencial da produção de saber permitido pela arte. Além do livro O Príncipe de Maquiavel são analisadas as peças Macbeth, Antônio e Cleópatra e Júlio César de Shakespeare, buscando estabelecer relações entre os fundamentos da política e as consequências do exercício do poder nestes dois autores. A centralidade da guerra que bem expressa a permanência agônica dos conflitos na política pode ser verificada nas obras de Maquiavel e Shakespeare – permitindo caracterizar a política como tragédia. Para Maquiavel a guerra se inclui na racionalidade política, enquanto no caso de Shakespeare a sua permanência afeta dolorosamente a vida individual e social. Por este motivo, o impacto sobre a vida, Shakespeare se detém nas ações humanas destacando a maldade, a servidão e os impasses no interior do povo. Nestes dois autores existem correspondências entre poder, poderio externo, guerra, povo e ação humana enquanto relações de forças e tensões permanentes. O artigo parte do pensamento político de Maquiavel para verificar de que maneira suas ideias são replicadas na construção das obras teatrais de Shakespeare.
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