O PANORAMA ATUAL DA PESQUISA ACADÊMICA SOBRE A CIDADANIA FINANCEIRA: BANCARIZAÇÃO VERSUS CIDADANIA

Resumo

Em 2013 o Banco Central do Brasil (BCB) apresentou o conceito de Cidadania Financeira que hoje inclui quatro dimensões: inclusão financeira, educação financeira, participação do cidadão na evolução do sistema financeiro e proteção do consumidor dos serviços financeiros. O conceito de cidadania financeira, apresentado pelo Banco Central, pode ser mais adequadamente descrito como uma financeirização da cidadania. A financeirização refere-se ao processo pelo qual setores financeiros impõem seus interesses sobre a política econômica e, consequentemente, sobre a sociedade, suas relações e valores. Nesse contexto, o sistema financeiro e de crédito, ao invés de incentivar o desenvolvimento produtivo, a inovação da livre iniciativa e do trabalho com um viés de cidadania, acaba por moldar por uma abordagem financeirizada, sustentada por uma política monetária conservadora que favorece a acumulação de riqueza por parte daqueles que já possuem ativos e títulos da dívida pública, através da especulação e do rentismo. O presente trabalho traz discussões acerca das produções acadêmicas voltadas para a Cidadania Financeira. A pesquisa foi desenvolvida com base na metodologia do Estado da Questão, identificando como se encontra o tema Cidadania Financeira a partir de um rigoroso levantamento bibliográfico no Catálogo de Teses & Dissertações da CAPES. Foi considerado um marco temporal de trabalhos produzidos a partir de 2013 por ser o ano da definição de Cidadania Financeira do BCB. Foram encontradas apenas 13 produções que se referem à Cidadania Financeira. Essas 13 produções foram divididas em 4 categorias de análise. Apenas cinco trabalhos da Categoria 1 e um trabalho da Categoria 2 fazem referência à Cidadania Financeira visando também a inclusão social, a participação igualitária e destacando a necessidade do cidadão de exercer seus direitos na economia.