DISCURSOS RACISTAS NO BRASIL: ALGUMAS REFLEXÕES SOB O PRISMA DO CAMPO DA ANÁLISE DO DISCURSO DE LINHA FRANCESA (AD)

Abstract

Em pleno século XXI, ainda é perceptível a presença de diversas manifestações discursivas com teor racista, as quais vêm, no decurso dos tempos, endossando a discriminação de pessoas negras, bem como reforçando o racismo estrutural, característico da sociedade brasileira. Assim, por mais que sejam utilizados discursos como: “eu não sou racista”, quantas vezes, em nosso cotidiano, ouvimos ou até mesmo fazemos uso de expressões análogas sem darmos conta de sua gravidade. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar, de forma breve, algumas frases e expressões que estão presentes no nosso vocabulário e que contribuem para a reprodução de discursos racistas, as quais passam despercebidas na sociedade brasileira, mas que não deixam de surtir efeitos. O trabalho em questão é uma pesquisa qualitativa, em caráter bibliográfico, fundamentado em autores como: Almeida (2018), Freyre (1954), Nogueira (2006), dentre outros. Para o tratamento do corpus, foram adotados alguns elementos do campo da Análise do Discurso de linha francesa (doravante AD), embasados por teóricos como: Maingueneau (2013), Orlandi (1997, 2002, 2003) e Pêcheux (1997), em virtude de consistir em um dos instrumentos metodológicos bem coerentes para a interpretação da realidade em questão. Como resultantes, podemos mencionar que, a partir das expressões e discursos racistas coletados e mencionados no presente trabalho, notamos que, no Brasil, as pessoas negras sofrem discriminação por conta de seus traços fenotípicos, a saber, a cor da sua pele, a forma e a estrutura do seu cabelo, o formato do seu nariz e da sua boca, os seus gestos e os seus sotaques, dentre outros.