INFECÇÃO SECUNDÁRIA POR CRYPTOCOCCUS SPP. EM PACIENTES HIV-NEGATIVOS NA CONJUNTURA DA COVID-19.
Palabras clave:
Cryptococcus spp., SARS-CoV-2, COVID-19, Infecção secundáriaResumen
A criptococose é uma doença infecciosa com distribuição mundial causada por fungos gênero Cryptococcus, especialmente pelas espécies C. neoformans e C. gattii. Infecções por Cryptococcus iniciam-se pela inalação de partículas fúngicas que chegam até os pulmões e podem se disseminar por via hematogênica principalmente em hospedeiros com deficiências no sistema imune celular. A síndrome respiratória aguda na COVID-19 promove a diminuição da eficiência do sistema imune, seja pelo esgotamento decorrente da resposta exacerbada ou pela imunossupressão no tratamento com corticoides para a contenção da cascata de citocinas na COVID-19, facilitando o aparecimento de infecções oportunistas por fungos em pacientes que desenvolvem quadros graves da virose pelo SARS-CoV-2. O objetivo dessa pesquisa é realizar uma revisão de casos clínicos de criptococose em coinfecção com o SARS-CoV-2 ou o aparecimento dessa micose no período de convalescência pós-COVID-19 em indivíduos não infectados pelo HIV, analisando os fatores de risco e circunstâncias associadas à relação da criptococose com a COVID-19. Embora a criptococose seja uma infecção relativamente rara entre pacientes com COVID-19 e no período de convalescência da doença, essa micose oportunista pode ser responsável por uma taxa de mortalidade considerada alta (maior que 55%). A susceptibilidade à infecção por Cryptococcus spp. no contexto da doença e tratamento da COVID-19 está fortemente associada ao uso de corticosteroides e à preexistência de múltiplas comorbidades. Não é possível determinar em que grau a criptococose é responsável pela mortalidade na coinfecção ou infecção durante o período de convalescência da COVID-19. O desenvolvimento de infecção secundária por Cryptococcus spp. é indicativo de um mal prognóstico para o paciente.