O RETRATO DAS ESTRUTURAS ORGANIZATIVAS DA PESCA ARTESANAL DIANTE DA (IN)AÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO: O CASO DA COLÔNIA Z1 EM CONCEIÇÃO DA BARRA, ES, BRASIL.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a complexa relação entre o Estado e as organizações pesqueiras.  A ação do Estado brasileiro desde o início do século XX tem como foco uma política desenvolvimentista, atrelada ao acelerado processo de industrialização da pesca. Neste artigo busca-se desvelar a condição das políticas públicas que recaem sobre as organizações dos pescadores e que serão verificadas no nosso estudo de campo na primeira colônia de pesca no Estado do Espírito Santo, a chamada Z1, situada no município de Conceição da Barra. Tenta-se conectar o âmbito macropolítico (as políticas públicas) ao âmbito micropolítico (as relações entre as organizações pesqueiras). Afinal, como as ações do Estado, referente as estruturas organizativas pesqueiras, se reverberam nas relações entre as organizações no município de Conceição da Barra? É importante ressaltar que o artigo não aborda os sindicatos e cooperativas como organização política e social pesqueira. O artigo faz um recorte ao abordar somente as associações e a colônia. As referências teóricas para este artigo dialogam com o pensamento de Hall e Taylor (2003); Gohn (2004); e Lavalle e Szwavo (2018) que estudam o diálogo Estado versus Sociedade de uma forma não normativa e não dicotômica.  O artigo traz relatos de campo, por meio de três entrevistas em profundidade com pescadores locais, selecionados por sua ação política. A entrevista teve oito perguntas divididas de forma a captar sobre as políticas públicas na pesca e sobre a relação dessas mesmas políticas públicas, entre as organizações sociais e duraram em média 20 minutos.  Como conclusão, este estudo indica que a continuidade de organizações em prol da pesca se impõe principalmente no atual contexto político e social que vivemos. Entretanto, muitos são os desafios da vida associativa e da dimensão política nas organizações.