OS EFEITOS DO “PÓS” NA CONCEPÇÃO DE LÍNGUA INGLESA ENQUANTO SOFT POWER: contingência(s) e resistência(s)
Keywords:
Língua Inglesa. Soft Power. Decolonialidade.Abstract
Compreender a pós-modernidade como um tempo de incertezas, desmoronamento de verdades centradas na objetividade, de esboroamento de fronteiras tempo-espaciais, de hibridismos culturais, é uma forma de identificar o contexto no qual a Língua Inglesa (LI) se insere como uma língua de comunicação interétnica nas narrativas decoloniais. Mediante tal contexto, essa pesquisa qualitativa, de caráter discursivo e cunho bibliográfico, visa responder à seguinte questão-problema: como os efeitos da pós-modernidade contribuem para a constituição da LI enquanto soft power sob a ótica da Análise Crítica do Discurso? Para tal, o objetivo geral é identificar as características das narrativas pós-modernas, pós-coloniais e pós-estruturais que constituem o contexto discursivo estabelecido na e através da LI como soft power. Os objetivos específicos são: apresentar a pós-modernidade como um lócus espaço-temporal intersticial descontínuo, pós-colonial e pós-estrutural; compreender os efeitos da globalização nas identidades e na linguagem através do domínio de capital, fluxo cultural e tecnologia; definir soft power a partir da teoria de Joseph Nye; estabelecer como os efeitos das teorias pós-críticas afetam a concepção de LI enquanto fenômeno de contenção e resistência. Mediante o exposto, aponta-se que a partir de um processo de ruptura epistemológica entre os séculos XX e XXI houve uma descontinuidade de narrativas paradoxal de contenção vs. resistência através da LI que, enquanto soft power, é um fenômeno balizador das capacidades e da superioridade de nações eurocêntricas/nortistas globais, justificada por ações coloniais pós-imperialistas e um fenômeno discursivo que possibilita os múltiplos letramentos. Ademais, é necessário pensar em uma perspectiva intercultural dos conhecimentos, dos saberes e dos currículos, promovendo à ensinagem decolonial de LI e possibilitando ao indivíduo a oportunidade de se perceber como sujeito imerso em uma lógica que precisa ser continuamente ressignificada.