A TRAJETÓRIA ACADÊMICA DAS PESSOAS TRANS: REFLEXÕES A PARTIR DE CINCO ENTREVISTAS PUBLICADAS EM PERIÓDICOS CIENTÍFICOS

Resumo

A luta do movimento LGBTQIA+ por promoção de direitos que os incluam, e os oportunizem lugar de fala, vem sendo travada há anos, sendo preciso pensar em formas que garantam sua permanência na Educação Básica, mediante uma educação para a diversidade, com uma equipe preparada para a identificação de demandas e proteção de direitos. Este trabalho busca problematizar a trajetória acadêmica das pessoas Trans tomando como aporte reflexivo cinco entrevistas publicadas em periódicos científicos, sendo essas um recorte do mapeamento bibliográfico elaborado nas seguintes bases indexadoras: Portal de Periódicos Capes, Scopus, Web of Science e Google Scholar. Trata-se de uma pesquisa de revisão sistemática de literatura, qualitativa, de natureza básica e exploratória. Na análise dos trabalhos, destacamos que a entrevistada Sara Wagner expõe as dificuldades e transfobia que sofreu para se formar e ocupar espaço profissional na área da educação, revelando também o preconceito presente nos espaços acadêmicos. Já a entrevista com Jaqueline Gomes de Jesus aponta que as tentativas de impedimentos das cotas para pessoas Trans nas universidades públicas ocorrem porque há uma negação sistêmica da própria humanidade dessas pessoas. Monica Prates Conrado sinaliza que falta formação para os professores e que é necessário pensar em questões que envolvam a estrutura educacional, enquanto Paulo de Tássio cita as conquistas alcançadas, mas alerta que a sociedade ainda é muito LGBTfóbica, sendo que há muito o que se fazer. Destacamos nas entrevistas analisadas a percepção da interseccionalidade entre os distintos marcadores sociais e a necessidade da militância acadêmico-social. Concluímos que a trajetória acadêmica dos entrevistados reforça a necessidade da presença física dessas pessoas nas universidades, que é política e simbólica, vindo ao encontro do debate de gênero e diversidade na escola, como forma de construção de uma sociedade mais igualitária.